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quarta-feira, 22 de junho de 2011

"Brasileiro foi superado por pontos pelo americano Mark Munhõz no UFC 131, no Canadá"

Com exclusividade ao R7, Demian Maia reconhece erro em derrota no UFC: “Mudei de estratégia do nada”

Demian Maia (de branco) quase finalizou Mark Munhõz no segundo round.

Ainda não foi desta vez que o paulista Demian Maia ganhou nova chance para disputar o cinturão dos pesos-médios (84 kg) do UFC.

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Derrotado por pontos pelo americano Mark Munhõz no UFC 131, realizado no Canadá, o brasileiro teve a luta nas mãos ao quase nocautear o rival no início do primeiro round, naquela que foi a maior chance alcançada por qualquer um dos atletas.

Para quem viu o duelo, ainda ficou a impressão de que algo aconteceu no intervalo entre o primeiro e o segundo round, quando o amplo domínio de Demian foi substituído por uma verdadeira batalha nas duas últimas etapas.

- Comecei bem,mas mudei de estratégia do nada. Acho que resolvi ir para minha zona de conforto, que é o jiu-jitsu. Deveria ter continuado jogando na longa distância.

Visivelmente mais inteiro no último round, Munhõz soube aproveitar os momentos decisivos para se mostrar mais agressivo e convencer os jurados de que era merecedor da vitória.

- No segundo round, eu entrei tentando derrubar e me desgastei muito. Também quis trocar “plantado” na frente dele, e foi ai que ele me acertou bem forte. Também tive o nocaute na mão, mas achei que ele estava fingindo e não aproveitei.

De forma franca, Demian conversou com exclusividade com o R7 e analisou sua participação no UFC 131. Leia a seguir:

R7 – Demian, como você avalia seu desempenho na última luta contra o Mark Munhõz?
Demian - Comecei bem, mas mudei de estratégia do nada. Acho que resolvi ir para minha zona de conforto, que é o jiu-jitsu. Deveria ter continuado jogando na longa distância.Também errei ao plantar para bater, deveria ter continuado jogando na longa distância.

R7 – Na sua opinião, qual foi o seu principal erro?
Demian - No segundo round, eu entrei tentando derrubar e me desgastei muito. Também quis trocar “plantado” na frente dele, e foi ai que ele me acertou bem forte. Também tive o nocaute na mão, mas achei que ele estava fingindo e não aproveitei.

R7 – E qual era a sua estratégia para a luta?
Demian - A ideia era ficar na longa distância, como fiz no primeiro round, e botar para baixo caso ele se descuidasse. Se não conseguisse derrubar, era para trocar em pé e ficar rodando, calculando a distância.

R7 – Para quem viu a luta pela TV, ficou a impressão de que o golpe que ele acertou no segundo round te fez mudar de jogo. Foi isso mesmo?
Demian - Pode ser. Ainda vou ver a luta mais vezes para entender o que aconteceu. Mas acho que interferiu. Teve uma hora em que eu cai por cima, em uma posição que eu sabia que ele fazia, mas acho que estava pensando um pouco lento por causa do golpe. Muita gente não entende; jiu-jitsu é uma coisa e MMA é outra. É difícil fazer as mesmas posições valendo porrada.

R7 – No final da luta você encaixou um estrangulamento saindo de um crucifixo. A posição estava tão encaixada quanto pareceu?
Demian - Olha, ali eu achava que não pegaria, mas que ele me daria uma posição melhor tentando escapar. Mas estávamos muito próximos da grade, se fosse no meio do octógono eu teria mais liberdade para trabalhar a posição.

R7 – O desempenho do Munhõz te surpreendeu de alguma forma?
Demian - Ele me surpreendeu quando quase foi nocauteado, mas voltou como se não tivesse acontecido nada. É difícil um lutador voltar agressivo assim. Acho que o golpe que ele me acertou no início do segundo round deu confiança e ele, que soube aproveitar.

R7 – Em fóruns especializados de MMA, muitos fãs criticaram a falta de finalizações nas últimas lutas, alegando que você teria deixado de treinar tanto jiu-jitsu...
Demian - É uma molecada do jiu-jitsu, mas que nunca lutou MMA. O que eu posso dizer é que não existe nenhum campeão que ganha com apenas uma modalidade. Como eu posso ir contra o que esta sendo provado? Muitos caras que vieram do wrestling, como o Cain Velasquez e o Jon Jones, são muito bons em pé. Eu busco evoluir e mostrar isso, não adianta. Não é fácil usar o jiu-jitsu quando você quer. Tanto que eu acho que se tivesse mantido a luta em pé, na longa distância, teria vencido a luta.

R7 – E se tivesse lutado apenas jiu-jitsu, puxando para a guarda sem trocar em pé, provavelmente teria perdido?
Demian - Exatamente. São três rounds. O Munhõz foi eleito duas vezes o melhor wrestler nos EUA, e ele veio preocupado para não cair por baixo comigo. Se a luta fosse sem tempo, puxaria ele para a guarda e esperaria ele errar. Não deixo de treinar jiu-jitsu, treino muito, aliás. Mas, na luta, tenho que fazer o que sentir na hora. Porque você não usou o jiu-jitsu? Porque não deu [risos].

R7 – Então você vai continuar treinando boxe com o Dorea na Bahia?
Demian – Sim, os treinos são excelentes e me ajudam muito. Na próxima vez, vou alternar duas semanas de treino lá e duas aqui, porque acabo indo muito perto da luta e o professor Dorea não consegue tempo para fazer as correções técnicas.

R7 – E como ficou o sentimento após esta derrota, já que você estava tão perto do cinturão?
Demian - Esta luta foi difícil, porque nunca deixei uma vitória escapar. Ganhei o primeiro round, estava bem fisicamente e psicologicamente. A luta com o Anderson [Silva] eu perdi mesmo. Contra o Nate [Marquardt] não dá para saber como seria. Por isso essa foi a pior derrota. Era uma luta que eu poderia ter vencido, e foi por muito pouco, tanto que os dois últimos rounds foram parelhos. Até agora eu ainda não digeri direito a derrota.

R7 – Para terminar, quer deixar algum recado para seus fãs que o acompanham aqui pelo R7?
Demian - Quero agradecer muito. Recebi boas críticas, apesar de estar sendo horrível digerir isso. Foi uma luta pau a pau, e se eu quiser ser campeão tenho que mostrar superioridade. Aprendi com alguns erros nesta luta e vou voltar melhor. Ainda acho que tenho condição de ser campeão, e vou morrer tentando.

Fonte: R7.com

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