Hoje tenho noção de que quando comecei a praticar Karatê, começou uma nova era na minha vida. Conhecer o Karatê, para mim, além de significar jamais me sentir totalmente desarmado, significa também assumir um compromisso com a tradição e paradoxalmente com a constante renovação desta Arte.
Vejo o Karatê como uma espécie de topografia, onde precisamos constantemente
ter o trabalho de aplainar o terreno para uma luta interna, onde há picos
de entusiasmo e sucessos, planícies de uma rotina maçante, vales de decepções e fracassos e quando não desistirmos deste trabalho, chegamos ao oceano,
onde conforme nossos conhecimentos, navegamos ou naufragamos para sempre.
Desta forma é que estou sempre aplainando o caminho e esse caminho para mim, não é apenas um meio para atingir meu objetivo, esse caminho é o próprio objetivo em
si , para mostrar para mim mesmo quem sou eu.
Enquanto alguns só se interessam em descobrir qual é a origem do Karatê, eu
me interesso mais em descobrir qual é o seu destino em mim. Sei que o Karatê só
pode ser compreendido olhando-se para seu passado histórico, mas só pode
ser praticado olhando-se para o futuro, portanto eu faço o meu caminho e o chamo
de Karatê, mesmo sem saber até onde ele me levará.
O que sou no Karatê é fruto da minha experiência passada, mas também é muito mais a minha vontade impulsionada ao futuro, na tentativa de chegar ao extremo de
mim mesmo, que é o aperfeiçoamento do meu controle, caráter, saúde,
serenidade, respeito, etc., mas isso tudo ainda é pouco. O que quero do Karatê,
de fato, ainda não sei o nome...
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